07/08/2007

a CEMIG salvou minha morte!

Lembro-me bem: em frente à casa de minha tia havia (e há) uma estação da CEMIG. Quando eu e minhas primas íamos fazer piquenique por lá minha tia sempre dizia: “não toquem no portão, ou vocês morrem”. Olhávamos aquela caveira indicando PERIGO (!) e o medo aumentava. Afinal, morrer não parecia nada bom! Se nos dissessem que machucaria ao invés de matar, ainda poderíamos tentar, pois machucados saram. Mas matar é irremediável. A morte era (e é) um mistério para nós. E além do mais não sabíamos se tínhamos feitos boas ações suficientes para nos levar ao céu (em nossa treda e psicótica visão cristã) ou se nossas mães ficariam bravas se morrêssemos assim, sem avisar ou pedir (naquele tempo éramos obedientes – fato que talvez nos levassem ao céu, não fosse as brincadeiras com fogo).

Mas depois de usarmos a lógica (infantil) tomamos doses alopáticas de coragem e resolvemos desafiar a danada. Afinal, a CEMIG não colocaria um portão elétrico, correndo o risco de MATAR e/ou ser processada. Porque se morrer não era bacana, matar também não! (Óbvio que não pensávamos com todo este embasamento intelectual – éramos só crianças querendo brincar, poxa). Colocamos a mão no portão e o que aconteceu? Nada. Além de um prazer por ter enfrentado a morte e nossos pais.

A morte assusta! Isso é óbvio. Mas ela não pode impedir. Podemos até agir com resignação diante da morte; mas não diante da vida.

2 comentários:

Anônimo disse...

lógica infantil. tenho um causo pra te contar. lá na minha terrinha, patrocínio, eu tinha dois amigos chamados luiz flávio e luiz carlos. nossas brincadeiras eram coisas bobas como subir em árvores e fazer pistas off-road pra carrinhos de brinquedo. e helicópteros. luiz carlos disse que já tinha feito um, lá na casa dele, e que tinha voado de verdade nele. mas, eu, luís henrique, eu era nerd demais! eu não acreditei. eu perguntei como ele fez, e ele disse que fez as hélices de madeira que ele mesmo serrou, e que fez um painel com botões feitos com tampinhas de garrafa de guaraná de alumínio. ou de coca cola de garrafa de vidro, mas a tampinha era de alumínio. então eu perguntei como era que ele fez o motor, e ele disse que com álcool de cozinha. eu expliquei que não era daquele jeito que se fazia motores a combustão, porque não era assim que estava escrito no livro. só sei que, no final das contas, ele me convenceu que fez o helicóptero e eu ainda juntei com meu irmão pra bater no luiz flávio, porque ele não acreditou. lógica infantil

Anônimo disse...

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Muú